22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia atrai centenas de pessoas no Instituto Mamirauá
Publicado em: 6 de novembro de 2025
Temas voltados para sensibilização ambiental e curiosidades sobre fauna e flora amazônica marcaram o evento em Tefé
Entre os dias 22 e 24 de outubro, o Instituto Mamirauá sediou a 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), reunindo mais de 3 mil visitantes, entre estudantes, professores, pesquisadores, turistas e famílias de Tefé (AM) e região. O evento, coordenado nacionalmente pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), teve como tema central “Planeta Água – Cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”, promovendo reflexões sobre o papel da água e dos ecossistemas aquáticos na adaptação às mudanças climáticas.

Foto: Julia Rantigueri
Durante três dias, a sede do Instituto transformou-se em um grande espaço de aprendizado e popularização da ciência, recebendo mais de 40 escolas para participar de oficinas, exposições e atividades interativas sobre a fauna, flora e o cotidiano amazônico. A programação foi gratuita e aberta ao público, com atividades realizadas nos períodos da manhã e da tarde.
As exposições foram distribuídas em diferentes espaços do Instituto. No Prédio de Pesquisas Terrestres e Coleções Biológicas, a mostra “A Amazônia já foi mar” apresentou uma narrativa interativa sobre a origem geológica da região e suas transformações ao longo do tempo. No mesmo local, os visitantes conheceram as exposições “Rios de Saúde”, “Navegando pelas Mudanças Climáticas”, “Onças que Caminham sobre as Águas”, “Águas Inovadoras” e “Vitrine Mamirauá”. Neste ano, o evento contou também com projetos escolares e comunitários voltados para a pesquisa científica, como a exposição “Pequenos Inventores”, da Escola Piuí Abacaxi de Tefé, e a mostra “Torre de Fluxo na Escola” organizada por Escola Municipal Divino Espirito Santo da Comunidade São Raimundo do Jarauá, localizada na Reserva Mamirauá, município de Uarini (AM).
Ainda no Prédio de Pesquisas Terrestres e Coleções Biológicas, destacou-se o estande sobre a vulnerabilidade dos animais de água doce durante o período em que o Lago Tefé enfrentou a extrema seca dos rios amazônicos, nos anos de 2023 e 2024. O fenômeno resultou na morte de mais de 200 botos, além de outros animais na região de Tefé e Coari.

Foto: Miguel Monteiro
No espaço, os visitantes puderam vivenciar uma experiência sensorial, tocando em uma água morna, com temperatura superior a 40°C, e comparando com a temperatura da água em condições normais. A atividade causou grande impacto ao público, ao evidenciar o quanto os animais ficaram vulneráveis às altas temperaturas durante o evento climático extremo.
No espaço Chapéu de PET, a exposição “Planeta Água” apresentou a relação entre as águas amazônicas e o oceano global, enquanto o Auditório da Biblioteca Henry Walter Bates abrigou mostras do eixo “Águas Amazônicas”, com destaque para “Rios Voadores”, “Mangue, nossa casa, nossa vida!”, “Meninas e Mulheres na Ciência” e “Os Povos das Águas”. O Auditório contou também com o “Espaço Curumim”, focado em brincadeiras e atividades lúdicas para o público infantil, o qual foi organizado pela equipe do curso de pedagogia da Unip campus Tefé. Os visitantes também tiveram a oportunidade de conhecer o acervo bibligráfico do Instituto Mamirauá na Biblioteca Henry Walter Bates.

Foto: Julia Rantigueri
Para Bianca Darski, coordenadora da SNCT e do Núcleo de Popularização da Ciência, Tecnologia e Inovação do Instituto Mamirauá, o evento é uma grande celebração à ciência desenvolvida no Brasil e na Amazônia.
“São três dias dedicados a expor e conversar sobre ciência, com os mais diferentes públicos, sobre como a prática científica está presente no nosso dia a dia e como ela se conecta com a tecnologia e inovação desenvolvida em nosso país, com destaque para a produção feita na região Norte. Mais do que isso, é um evento em que todos se divertem”.
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é o principal evento de popularização científica do Brasil e, em Tefé, busca aproximar a comunidade local do conhecimento produzido pelo Instituto Mamirauá, organização social do MCTI que atua há mais de 25 anos com pesquisa, manejo sustentável e extensão comunitária na Amazônia.
Para Dávila Corrêa, diretora de Manejo e Desenvolvimento do Instituto Mamirauá, a edição deste ano reforçou o papel da Amazônia como território estratégico no debate sobre mudanças climáticas.
“Percebemos uma grande oportunidade de integração entre pais, professores e crianças. É o momento de mostrarmos como vivemos nesse planeta água e como podemos aplicar soluções locais para sermos uma voz global”, destacou.
Segundo Dávila, os aprendizados e experiências compartilhadas durante o evento também se conectam às discussões que o Instituto levará à COP30, em 2025.
“Encerramos a Semana com o sentimento de que estamos levando para a COP30 exemplos reais de como a sociedade do Médio Solimões enfrenta os problemas ambientais e apresenta soluções globais. Isso ficou evidente no movimento de interesse e troca de conhecimentos entre alunos, professores e a comunidade em geral”, concluiu.

Foto: Miguel Monteiro
A 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no Instituto Mamirauá reafirmou o compromisso da instituição em promover o diálogo entre ciência e sociedade. Ao abrir suas portas para milhares de visitantes, o Instituto demonstrou que o conhecimento científico produzido na Amazônia tem um papel essencial na construção de um futuro mais sustentável — um futuro em que a preservação das águas, das florestas e das comunidades caminham lado a lado com a inovação e o respeito à vida.
Após o sucesso do evento, o Instituto se prepara para a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC) – a COP30, que será realizada em Belém. A participação reforça o compromisso com as comunidades tradicionais da Amazônia, a conservação e a sustentabilidade dos territórios amazônicos, somando esforços a dezenas de outras instituições brasileiras que estarão discutindo e negociando ações de enfrentamento às mudanças climáticas.
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