Segunda etapa do curso Energia Solar para Inclusão Digital é realizada em comunidade ribeirinha

Publicado em:  2 de dezembro de 2016

A segunda etapa do curso do projeto "Energia Solar para Inclusão Digital", realizado pelo Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, aconteceu entre 07 e 18 de novembro na comunidade São João do Ipecaçu, na Reserva Amanã (AM). Pela primeira vez, a comunidade teve acesso à internet, instalada pelo Instituto.

A proposta do projeto é oferecer conhecimentos em informática e energias renováveis e preparar jovens para o mercado de trabalho. São quatro módulos: Formação para a Cidadania, Informática, Manutenção de Computadores e Sistemas Fotovoltaicos. Na última edição do projeto, o curso foi oferecido para jovens da comunidade, a partir de uma parceria com os artesãos do Grupo Teçume da Amazônia.

"Foi uma proposta que nasceu do projeto de um jovem da comunidade ligado ao grupo, que foi estudante do Centro Vocacional Tecnológico, o Eimisson de Oliveira", comentou Sandro Augusto Regatieri, do Centro Vocacional Tecnológico do Instituto Mamirauá. O projeto de conclusão de curso do jovem propôs a disponibilização de rede de internet na comunidade para contribuir para as atividades do grupo de artesanato. Foi instalado um sistema fotovoltaico para geração de energia para o funcionamento dos computadores o acesso à rede do Instituto Mamirauá. A comunidade está localizada a cerca de 76km de Tefé e a população precisa se locomover de barco ou canoa até o município.

"A novidade para os estudantes foi o curso de informática, que eles ficaram muito interessados. Pois a maioria deles nunca teve contato com internet ou com um computador e acho que isso foi o diferencial. Ao mesmo tempo, a discussão sobre cidadania, discussão de gênero, o direito à previdência social também chamou a atenção dos jovens", comentou Sandro.

Marly das Chagas é coordenadora do Grupo Teçume da Amazônia, que reúne 15 mulheres de três comunidades da Reserva Amanã. Ela ressalta que já são 16 anos desde a fundação do grupo e que o trabalho tem alcançado também o mercado fora de Tefé. "A gente já vendeu até para os Estados Unidos, pra São Paulo, pro Rio de Janeiro, além da feira aqui na cidade. A nossa dificuldade maior é sobre a comunicação. A gente acha que, com a internet, com o aprendizado dos jovens, vai melhorar a nossa comunicação com os clientes", comentou.

De acordo com Sandro, a equipe espera contribuir com conhecimentos que levem à autonomia dos jovens e das artesãs e artesãos das comunidades. "O objetivo é o fortalecimento do grupo, o empoderamento deles com o uso da internet. Coisas simples, como tirar nota fiscal eletrônica, para eles é um diferencial. Pela internet: descobrir novas padronagens para serem utilizadas, entrar em contato com compradores, com feiras, tirar nota fiscal eletrônica, conversar com parceiros ou mesmo o Instituto", exemplificou.

O projeto une uma equipe interdisciplinar do Instituto Mamirauá para ministrar os cursos, envolvendo técnicos do Centro Vocacional Tecnológico, do Programa Qualidade de Vida e da Coordenação de Informática. Além de contar com a ajuda de parceiros. Nesta edição, um professor do Instituto Federal do Amazonas contribuiu para as aulas.

O curso é oferecido pelo Instituto Mamirauá com o patrocínio da Huawei, por meio do Instituto Cooperforte. A certificação dos estudantes será realizada nos dias 20 e 21 de janeiro em Tefé para as turmas da zona urbana e na comunidade São João do Ipecaçu para as turmas da zona rural. 

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