Publicação traz resultados de pesquisas arqueológicas na Amazônia
Publicado em: 8 de outubro de 2015
A história da ocupação humana na Amazônia é datada de mais de 14 mil anos. Ao contrário do estereótipo de região intocada e com grande vazio demográfico, esse ambiente era diversamente ocupado antes da chegada dos europeus ao continente. O artigo "The domestication of Amazonia before European conquest", publicado recentemente na revista "Proceedings of the Royal Society B", traz algumas percepções sobre o assunto.
Uma parte dos dados divulgados foi coletada em parceria pelas equipes de arqueologia do Instituto Mamirauá e do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (USP). Entre os autores do artigo, está o arqueólogo Eduardo Góes Neves, professor da USP e parceiro do Instituto.
Por meio da parceria, as pesquisas são desenvolvidas desde 2006 em sítios arqueológicos nas Reservas Mamirauá e Amanã e nos municípios de Tefé e Alvarães, ambos no Amazonas. A equipe do Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, busca compreender os modos de vida dos povos que ocuparam essas áreas, a partir da análise de vestígios encontrados na região.
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No mapa, os sítios arqueológicos avaliados na pesquisa. Destacadas em azul, as áreas contempladas pelas pesquisas do Instituto Mamirauá. (Adaptação ao mapa publicado originalmente no artigo) |
"É interessante pensarmos no quanto essas ocupações interagiram e modificaram o meio ambiente, tornando-o propício para suas necessidades. O que a gente já conhece é quem veio antes e quem veio depois. O próximo passo é entender como eles interagindo-se relacionavam com o ambiente", afirmou Eduardo Kazuo Tamanaha, pesquisador de arqueologia do Instituto Mamirauá.
Nas regiões do baixo e médio Solimões, os pesquisadores encontraram diferentes culturas cerâmicas. As primeiras evidências de grupos ceramistas datam entre 1.610 a 930 aC. Eduardo Kazuo ressalta que, sobre as primeiras ocupações, ainda há pouco conhecimento, com vestígios pontuais, que não oferecem informações sobre o manejo do ambiente. "Mas esses grupos estão produzindo cerâmica. E, pelo modo que o grupo ocupa e pelo tipo de cerâmica, a gente consegue associar a outras áreas da Amazônia, e com outras pesquisas", reforça o pesquisador.
Reserva Amanã
Entre 26 de setembro e 01 de outubro, a equipe de arqueólogos, formada por pesquisadores do Instituto Mamirauá e da USP, esteve em expedição para os sítios arqueológicos da Reserva Amanã. O trabalho faz parte de pesquisa realizada entre 2008 e 2009 na região, que foi retomada recentemente.
Para Silva Cunha Lima, pesquisadora da USP, um dos objetivos é criar uma metodologia de monitoramento de sítios arqueológicos, para acompanhar a conservação dos vestígios e possível estado de degeneração, de acordo com cada ambiente. "A ideia é criar uma metodologia para monitorar os sítios arqueológicos em outras comunidades. Para ter um controle de quanto está se perdendo e em que velocidade, por isso a gente vai testar trabalhar com o GPS para ter mais precisão das localizações" afirma.
No campo, foram visitados sítios localizados nas comunidades Boa Esperança e Bom Jesus do Baré, e a metodologia utilizada foi a identificação de urnas e outros vestígios cerâmicos, e em seguida realizadas medidas da espessura e diâmetro, com o intuito de comparar com os dados registrados em 2014. Também serão comparadas a quantidade e localização dos vestígios, com os dados das pesquisas de 2008 e 2009. A equipe também fotografa os vestígios e marca a localização com o GPS.
"Percebemos que os mesmos tipos de urnas encontrados na comunidade Boa Esperança são encontrados em outros sítios também, possivelmente podem ser do mesmo período de ocupação", comentou Eduardo.
Texto: Amanda Lelis e Aline Fidelix
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