Pesquisadora do Instituto Mamirauá oferece assessoria na reabilitação e soltura de peixes-bois amazônicos no Peru

Publicado em: 22 de novembro de 2017

A oceanógrafa Miriam Marmontel é especialista em pesquisas, reabilitação e soltura de peixes-bois. Em novembro, três desses mamí­feros aquáticos retornarão ao habitat natural em uma área protegida da Amazônia Peruana

A equipe do Rainforest Awareness Rescue Education Center (RAREC) se prepara, há muito tempo, para um momento especial: a soltura de peixes-bois amazônicos reabilitados de volta à natureza. O próximo dia 25 de novembro, um sábado, foi a data escolhida para Marvino, Daniel e Bui, três peixes-bois adultos, serem restituí­dos às águas nos arredores de Iquitos, Peru. A pesquisadora do Instituto Mamirauá, Miriam Marmontel, é especialista em reabilitação e soltura desses mamí­feros aquáticos e está desde o início da semana na região junto à equipe, prestando consultoria para o grande dia.

A oceanógrafa Miriam Marmontel também vem prestando assessoria à reabilitação dos peixes-bois nos últimos meses, na orientação sobre os cuidados necessários para que os animais estejam em plena forma para retornarem ao habitat natural. Em Iquitos, onde a RAREC construiu sua sede de operações de resgate e educação ambiental, a pesquisadora está acompanhando a condução dos protocolos de transporte e vai assistir no treinamento para as comunidades que ajudarão na soltura.

Resgate, reabilitação e soltura

Marvino, Daniel e Bui, nomes dados ao trio de peixes-bois, foram resgatados em 2016 pela RAREC, alguns deles em zoológicos privados, longe das condições ideais de vida. Os animais foram transportados para a sede da organização, onde têm recebido tratamento de veterinários e biólogos desde então, em um processo de reabilitação que chegará ao fim no próximo sábado, com a "volta à casa".

Depois de receber autorização do governo do país, a soltura dos três peixes-bois será feita em uma área protegida da Amazônia Peruana, próxima a cidade de Iquitos. Depois começa o processo de monitorar os mamí­feros em natureza, acompanhando os primeiros passos no habitat.

"A RAREC também tem três indiví­duos jovens, ainda em reabilitação, que também irei orientar no processo de reabilitação", conta a pesquisadora Miriam Marmontel.

Instituto Mamirauá: experiência em cuidados de peixes-bois

No Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Miriam Marmontel atualmente é líder do Grupo de Pesquisa em Mamí­feros Aquáticos Amazônicos. Tem vasta experiência no estudo da biologia, ecologia e estratégias de conservação dos peixes-bois amazônicos. Durante anos, conduziu o Centro de Reabilitação de Peixe-Boi Amazônico, na Reserva Amanã, Amazonas, para tratamento de animais resgatados em situação de risco e posterior soltura em natureza.

Atualmente, a equipe de pesquisa do Instituto Mamirauá também faz o monitoramento dos peixes-bois reabilitados por sinais enviados por colares telemétricos ajustados no corpo dos animais, momentos antes das solturas. A tecnologia ajuda a analisar e entender padrões de deslocamento, alimentação e comportamento dos peixes-bois.

Sobre a RAREC

A Rainforest Awaranesse Rescue Education Center é uma associação cujo foco é o resgate de animais em risco de espécies ameaçadas na bacia amazônica e educação ambiental. Sediada no Peru, a RAREC centra esforços na conservação dos peixes-bois amazônicos. As ações de resgate, reabilitação e soltura de peixes-bois no Peru são financiadas pela organização internacional Save The Manatee.

Para saber mais, acesse o site http://amazonmanateerescue.com

Texto: João Cunha

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