Pesquisa aponta diversidade de frutas e hortaliças da feira municipal de Tefé

Publicado em: 27 de agosto de 2013

O Instituto Mamirauá, através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC-Jr), desenvolve um projeto de pesquisa sobre o levantamento de informações a respeito da diversidade de frutí­feras e hortaliças proveniente da agricultura familiar comercializadas na feira municipal de Tefé. 

O objetivo é conhecer as principais espécies cultivadas por agricultores familiares que são comercializadas na Feira Municipal  de Tefé. O Projeto é desenvolvido pela estudante Mirela Alves de Alencar, orientada por Fernanda Maria Freitas Viana, bióloga do Grupo de Pesquisa Agricultura Amazônica, Biodiversidade e Manejo Sustentável do Instituto Mamirauá.

A pesquisa teve início em dezembro de 2012 e as informações vêm sendo obtidas através de entrevistas realizadas com os agricultores que comercializam seus produtos na Feira. A bolsista realizou as entrevistas, em diferentes dias no período da manhã e da tarde na Feira Municipal de Tefé. Investigou-se a diversidade de frutí­feras e hortaliças oriundas da agricultura familiar, bem como as suas aplicações associadas ao conhecimento tradicional, o ambiente de cultivo, valor comercial dos produtos, utilização de agrotóxicos, o local de origem da produção, além de outras informações referentes à produção e ao perfil do agricultor.  

Resultados parciais

A pesquisa constatou que a Feira Municipal de Tefé é basicamente abastecida por produtos agrí­colas provenientes da agricultura familiar de diferentes comunidades, onde seu espaço é preenchido por agricultores, feirantes (atravessadores) e consumidores de diversos locais, influenciando no desenvolvimento da economia local.

Durante o desenvolvimento da pesquisa foram entrevistados 55 agricultores sendo 58% do sexo feminino, a faixa etária de 31% está entre 31 e 40 anos e 29% entre 21 a 30 anos de idade. A pesquisa também apontou que dos 55 entrevistados, 93% utilizam produtos químicos para o controle de pragas e 64% utilizam adubos químicos para o desenvolvimento de suas espécies.

Quanto ao perfil dos entrevistados, todos se consideram agricultores, sendo que 13% exercem também a profissão de pescador. Em relação à renda gerada por produtos vendidos no espaço da feira, o valor médio é de R$ 480,00. Durante as entrevistas foi possí­vel observar que as mulheres se concentram na agricultura em um maior número do que os homens. Também foi constatado que os agricultores são de diferentes localidades e que preenchem o espaço da feira com uma frequência de um a dois dias na semana.

Dentre as espécies de frutí­feras, o maracujá e a goiaba se destacaram como os mais produzidos e em relação às espécies de hortaliças, a cebola de palha e o cheiro verde se destacaram como os mais ofertados no período da cheia.  Esses foram os resultados principais encontrados até o momento, a pesquisa ainda está em andamento e trará mais resultados, também considerando a diversidade de produtos e a produção comercializada na feira no período de vazantes.

Para Fernanda Viana, a ideia do projeto partiu da necessidade de se conhecer um pouco mais sobre os cultivos comercializados na região, pois Tefé é um dos polos mais importantes da cadeia produtiva regional.

 "Escolhemos o espaço da Feira Municipal de Tefé para pesquisar e conhecer um pouco mais o perfil destes agricultores, sobre o que eles costumam plantar e, sobretudo, conhecer as principais espécies de frutas e hortaliças que são produzidas. Esse projeto faz parte de uma das linhas do Programa de Manejo de Agroecossistemas juntamente com o Grupo de Pesquisa em Agricultura Amazônica, Biodiversidade e Manejo Sustentável, que tem como fins estimular a diversidade produtiva e o incentivo a comercialização pelos produtores.", enfatizou Fernanda.

Texto: Francisco Rocha

 

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