Pescadores relatam suas experiências durante mesa-redonda

Publicado em: 29 de junho de 2011

29/06/2011 - Os desafios, os avanços, as perspectivas. Estes cenários foram discutidos por técnicos, pesquisadores e pescadores durante a mesa-redonda promovida ao final do Curso de Gestão Compartilhada dos Recursos Pesqueiros, na segunda, dia 27, promovido pelo Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá. A mesa foi formada por Natazildo de Almeida, Sebastiana Cavalcante e Valter Luis, da Colônia de Pescadores de Tefé Z-4, Isabel Sousa e Ruiter Braga do Instituto Mamirauá e moderada por Ellen Amaral.
 Quem iniciou o debate foi o pescador Natazildo de Almeida, presidente da Colônia de Pescadores de Tefé Z-4. Natal, como é conhecido, acompanha desde a infância a redução dos estoques pesqueiros. "Nossos pais não tinham a mentalidade da preservação, pois na época deles havia fartura de pescado. Quando foi a nossa vez de pescar, a gente teve que conviver com a falta. Felizmente, o manejo foi a alternativa encontrada para recuperar os estoques e hoje a gente tem peixe para pescar".
 Em seguida, Sebastiana Cavalcante, secretária da Colônia Z-4, apresentou-se como representante das mulheres de pescadoras, atribuindo ao "aprender a trabalhar junto" como a maior dificuldade para estabelecer um acordo de pesca. "Tudo começa com o trabalhar junto com o esposo, depois os filhos vão seguir esse exemplo de união e, por fim, a comunidade", ensinou.
 Valter Luis, integrante da diretoria Z-4 e sócio desde 1994, trouxe a experiência do sistema de vigilância. "O início foi muito difícil. Pensei várias vezes: "Meu Deus quando é que isso vai dar certo?". Mas, depois, com muita luta, nós conseguimos e hoje o sistema de vigilância funciona bem e é fundamental para evitar a pesca ilegal".
 Pelo Instituto Mamirauá, Isabel Sousa, resgatou os aprendizados que hoje viabilizam um sistema de manejo. "O Instituto está participando com seu conhecimento técnico, mas é fundamental que o pescador se torne o "dono" do processo. Nós damos os instrumentos para capacitá-los, para serem capazes não só de pescar, mas de processar o pescado, vender e prestar contas", afirmou.
por Eunice Venturi

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