Oficina apresenta técnicas de pesquisa sobre fauna

Publicado em: 30 de março de 2012

A saúde de um indiví­duo pode ser o indicativo do estado de conservação de um ecossistema. Essa foi a ideia central da oficina "Medicina da Conservação: aspectos relevantes de saúde e conservação da biodiversidade", ocorrida em Tefé entre os dias 23 e 26 de março. A capacitação foi realizada pelo Instituto Mamirauá, por meio do projeto Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos (Aquavert), em parceria com o Instituto Brasileiro para Medicina da Conservação (Tríade) e Wildlife Conservation Society (WCS Brasil).

Os médicos veterinários Paulo Rogerio Mangini e Renata Caroline F. Santos, membros do Instituto Tríade, ministraram para os mais de vinte participantes do evento técnicas de necropsia e coleta de material biológico, princípios de avaliação fí­sica e de saúde animal, além de técnicas de captura, imobilização e marcação de fauna, abordando tecnologias, implicações legais e aspectos éticos dessas práticas.

Profissionais de diferentes ramos das ciências biológicas, que atuam no meio acadêmico ou no trabalho de campo com espécies da fauna amazônica, tiveram a oportunidade de analisar seus métodos de pesquisa a partir do ponto de vista da medicina da conservação.

Durante a oficina, uma questão levantada gerou um intenso debate: que conduta deve ser adotada por um pesquisador se, durante uma atividade de monitoramento de fauna, ele se deparar com um animal doente? Sob a ótica da medicina da conservação, a patologia daquele indiví­duo deve ser cuidadosamente analisada.

"Uma informação de um indiví­duo pode ser o indicativo do que está acontecendo a uma população. Mesmo para uma população abundante, quando um indiví­duo morre, a causa da morte pode ser um fator que afeta toda a população", afirmou o veterinário Paulo Mangini.

De acordo com esse ponto de vista, um indiví­duo infectado por uma bactéria, por exemplo, pode desencadear uma epidemia na população de sua espécie. Caso seja predador, as populações de suas presas também correriam o risco de infecção. O inverso também seria possí­vel – uma presa ser um potencial disseminador de uma patologia para as populações de seus predadores.

 

Conhecimento à distância

A oficina teve participantes do próprio Instituto Mamirauá, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa) e da Associação Amazônia acompanharam a oficina por videoconferência.

A bióloga Danielle Lima, que realiza pesquisas sobre ariranhas no Amapá, aprovou a oportunidade de participar à distância da oficina. "A Oficina foi bastante proveitosa e me fez pensar em novos estudos com mamí­feros aquáticos", disse Danielle.

O projeto Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos (Aquavert) é patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental.

Texto: Augusto Rodrigues

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