O manejo florestal na várzea na opinião de Israel Barbosa, líder comunitário

Publicado em: 13 de março de 2012

Israel Barbosa, presidente da Associação Associação dos Moradores e Usuários da Reserva Mamirauá, falou sobre o manejo florestal comunitário durante o XI Encontro de Manejadores Florestais. Segundo Israel, o que está faltando é uma melhora na parte do licenciamento, pois leva um tempo muito grande e tem comunidade que perde até a vontade de trabalhar por ser um processo demorado.

 
Há quanto tempo você trabalha com o manejo?
Na verdade, eu não faço parte de um grupo manejador, só faço apoiar suas atividades. Trabalhei em comunidades que têm manejadores e tive um pouco de experiência participando com eles de atividades madeireiras. Como presidente da associação, que é a Amurmam (Associação dos Moradores e Usuários da Reserva Mamirauá), estou há quatro anos.
 
Quais são essas atividades?
Manejo de pesca, preservação de quelônios, encontros setoriais em que são discutidos os problemas e quais seriam as formas de melhorar a qualidade de vida. Temos apoiado ainda a questão do encontro de mulheres da reserva.
 
Como surgiu a Amurmam? 
Essa é uma ideia que surgiu há uns dez anos com o Instituto Mamirauá, junto com algumas mulheres de alguns setores. Como associação, nós consideramos recente, uma associação nova.
 
Qual é a vantagem desse trabalho?
A vantagem é, junto com o Instituto Mamirauá, que são parceiros, contribuir com a natureza. A gente está apoiando na preservação do meio ambiente. Não são todas as comunidades que trabalham com a questão madeireira do manejo, mas vale a pena porque é um trabalho de uma forma organizada, em que você está tendo um acompanhamento técnico, fazendo todo um levantamento, estudo de área, levantamento de estoque, da espécie de árvore que pode ser extraída. Isso aí é uma forma de não deixar a natureza degradada, é uma forma trabalhosa, mas é uma forma legal. O que está faltando é só a parte do licenciamento, porque leva um tempo e tem comunidade que perde até a vontade de trabalhar por ser um processo demorado para a licença ser liberada.
 
Para você, o que é ser manejador?
Ser manejador é buscar uma fonte de renda, uma renda para sua família, respeitando as regras que vem hoje junto com o produto.
 
E como você espera que esteja a sua comunidade nos próximos dez anos?
O que eu espero é que todos possam abraçar essa causa. Eu lembro que há dez anos tinha um grande desperdício na questão madeireira e as pessoas trabalhando ilegal. O que eu espero para o futuro é que as famílias tenham sustentabilidade de qualidade, com garantias, até em suas próprias moradias. Eu acredito muito que a preservação vale a pena e que tudo isso que a gente está vivendo hoje, os comunitários com seus sacrifícios, vai ter um fruto que vai ser desfrutado com qualidade pela comunidade.

Texto: Paula Costa
 

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