Inventário da flora vai subsidiar plano de gestão da Reserva Amanã

Publicado em: 10 de novembro de 2014

Desde o início de 2014, o Instituto Mamirauá vem desenvolvendo um inventário florístico na Reserva Amanã, município de Maraã (AM).  Pesquisadores trabalham em diferentes ambientes nas proximidades do Lago Amanã, coletando informações importantes sobre a vegetação do local.  "Este projeto pretende gerar dados sobre a área. O intuito é caracterizar a vegetação do local, trabalhando em suas principais formações vegetais, que são a terra firme, o igapó e várzea ", conta Mariana Terrôla, pesquisadora do Instituto Mamirauá. 

Estas informações subsidiarão a construção do plano de gestão da Reserva Amanã, atualmente em elaboração pelo Governo do Estado do Amazonas, com apoio do Instituto Mamirauá. Segundo Mariana, "saber quais as espécies que ocorrem e se essas espécies são susceptíveis ao manejo florestal é fundamental. Entender se esses ambientes são favoráveis ao manejo florestal permite pensar se a atividade é uma opção viável". A pesquisadora completa que "sempre contamos com a colaboração dos moradores das comunidades em nossos trabalhos. O projeto foi apresentado em uma reunião para que os moradores tivessem conhecimento e dessem sua autorização".

O trabalho é realizado a partir da marcação de parcelas permanentes. Cada parcela tem um hectare, dividido em 16 subparcelas, de 25 por 25 metros, com canos de PVC marcando cada quina.  "Assim a gente tem exatamente a área com a qual trabalhamos. Esses canos indicarão a parcela permanente", explica Mariana. Hoje o trabalho é realizado em seis parcelas delimitadas: duas em terra firme, duas em igapó e duas em várzea.

Nestas parcelas, cada árvore com mais de 10 cm de diâmetro é medida e recebe uma placa numerada de identificação. Com o passar dos anos é possível acompanhar o crescimento dessas árvores, estudando a estrutura florestal e os grupos funcionais dos ambientes. Também se estuda a composição florística, identificando quais as espécies de ocorrência daquela área. Folhas e galhos dessas plantas, e frutos e flores, quando possível, são coletados e catalogados. Este material fará parte da coleção botânica do Instituto Mamirauá.

Mariana ressalta que "adotamos neste trabalho a mesma metodologia que utilizamos nos levantamentos na Reserva Mamirauá, para que essas parcelas também possam fazer parte de pesquisas de longo prazo. Com a mesma metodologia, o mesmo tamanho da área, os dados tornam-se comparáveis. Seguimos o mesmo protocolo, porque aí a forma de amostragem, a forma de organização das amostragens em campo, é a mesma para todos os inventários que realizamos".

Estas informações também podem ser compartilhadas com outros grupos de pesquisa. "Aquelas áreas onde trabalhamos também são utilizadas para o levantamento de fauna. A caracterização florística que estamos realizando poderá complementar essas outras pesquisas. Por exemplo, se um pesquisador de vertebrados estiver na trilha e observar uma árvore que está frutificando, com a placa de identificação podemos dizer qual é a espécie. Isso facilita a caracterização da área, principalmente para pensarmos respostas mais precisas", aponta Mariana. 

Por Vanessa Eyng

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