Instituto Mamirauá realiza Encontro de Manejadores, antecedendo Rodada de Negócios de Pirarucu Manejado

Publicado em: 29 de julho de 2013

"Eu nunca vou deixar de ser pescador", disse, emocionado, o pescador Luiz Gonzaga, da Colônia Z-32 de Maraã, na abertura do 6º Encontro de Manejadores promovido hoje pelo Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá, em Tefé (AM). Luizão, como é mais conhecido, emocionou-se ao falar do manejo e da necessidade das instituições públicas aumentarem os esforços para combater a pesca ilegal: "O grande inimigo do manejo é a venda de pirarucu ilegal. Hoje nós nos identificamos com a pesca manejada, mas a pesca ilegal está enfraquecendo o nosso trabalho".
 
Com duas mesas-redondas, que se estenderam ao longo do dia, os manejadores de pirarucu das Reservas Mamirauá e Amanã, representantes de instituições públicas e do Instituto Mamirauá, avaliaram o sistema de manejo e propuseram melhorias, tanto para a comercialização, como para a fiscalização. "O Encontro de Manejadores é um momento para analisar o manejo do ponto de vista técnico, já que a ideia do manejo é que você tenha pirarucu no futuro, para seus filhos, seus netos. Por isso, deve ser sustentável, baseado em quatro princípios: ecologicamente sustentável, ambientalmente apropriado, socialmente justo e politicamente correto", enfatizou Ana Cláudia Torres, coordenadora do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá.
 
Para melhorar a comercialização, um dos entraves seria a falta adequada de local para armazenagem do pirarucu, logo após a pesca. A falta de um frigorífico faz com que toda a produção tenha que ser vendida imediatamente, foi o que afirmou Edivan Feitosa, do Acordo de Pesca Paraná Velho, da Reserva Amanã: "O ideal seria os mercados comparem o peixe diretamente da gente e não dos atravessadores. Como a gente não tem onde armazenar a produção, a gente tem que vender todo o peixe para um comprador, ou poucos". 
 
O encontro também é o momento que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), esfera autorizativa do manejo do pirarucu, informa quais áreas tiveram sua liberação concedida para a próxima pesca. Segundo Antônio Neri de Oliveira, analista ambiental do Ibama, o Instituto Mamirauá é pioneiro na pesquisa e assessoria técnica ao manejo de pirarucu. "E eu tenho visto o aumento dos estoques de pirarucu, o que significa que o manejo está atingindo seu objetivo. Também tenho visto o aumento na arrecadação com a venda do peixe, isso significa que está havendo uma melhora na qualidade de vida de vocês", comemorou Antônio. 
 
Um dos encaminhamentos do Encontro de Manejadores foi de que o evento seja realizado em Manaus, no próximo ano. "Com apoio do Ministério da Pesca e Aquicultura e da Secretaria de Estado de Produção Rural do Estado do Amazonas, nós estamos propondo que o encontro de 2014 seja realizado em Manaus, para dar mais visibilidade aos clamores dos pescadores", propôs Ana Cláudia. A proposta foi aceita pelos manejadores. 
 
Das 10 áreas assessoradas pelo Instituto Mamirauá, nove receberam o pedido de cota no encontro realizado hoje. A partir de setembro, as 10 áreas que fazem manejo poderão pescar cerca de 8000 pirarucus nas Reservas Mamirauá e Amanã. Amanhã, dia 26, os manejadores vão participar da 7ª Rodada de Negócios de Pirarucu Manejado, quando poderão ouvir as melhores propostas e decidir pela venda. Texto: Eunice Venturi.
 

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