Instituto Mamirauá no IV Encontro Internacional de Arqueologia Amazônia

Publicado em:  2 de outubro de 2017

Em Trinidad, Bolívia, evento reúne especialistas com os resultados mais atualizados sobre as descobertas arqueológicas na região amazônica. Instituto Mamirauá é representado pelos arqueólogos Eduardo Kazuo, Márjorie Lima e Mariana Cassino

Marcada por histórias do cinema e da literatura, a profissão de arqueólogo é muito associada à investigação de sociedades ancestrais do outro lado do Atlântico, como os antigos egípcios, gregos e romanos. Muito mais perto de nós, uma corrente de estudos se fortalece a cada ano: a Arqueologia Amazônica. As populações pré-coloniais que habitaram a floresta há milhares é tema de pesquisadores como os do Instituto Mamirauá, que participam desde ontem (01) do IV Encontro Internacional de Arqueologia Amazônia.

A equipe, formada pelos arqueólogos Eduardo Kazuo Tamanaha, Márjorie Lima e Mariana Cassino, está na cidade boliviana de Trinidad, sede dessa edição do encontro. Cada um deles representará uma vertente dos estudos realizados pelo Instituto Mamirauá, especialmente na região conhecida como Amazônia Central, no médio curso do Rio Solimões, Brasil.

"Para o Encontro Internacional, vamos apresentar um resumo do que já foi analisado e descoberto na região, com destaque para a Reserva Amanã, que é uma unidade de conservação. O que sabemos até o momento, a cronologia de ocupação humana, quais culturas habitaram aquele território, as tecnologias usadas e a quantidade de sítios arqueológicos levantados", explica Eduardo Kazuo, pesquisador do Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Arqueologia e conservação da biodiversidade

"Conservação" é um assunto prioritário para os arqueólogos que trabalham no instituto. Por isso, no encontro, a pesquisadora Márjorie Lima vai discutir a Arqueologia no contexto de unidades de conservação e como é possível o diálogo entre essa área do conhecimento e temas como o manejo e a conservação. "Essa é uma discussão que norteia nossas ações como grupo. Que resposta, por exemplo, a Arqueologia pode trazer a esse ideal de conservação que estamos pensando? ", diz.

Botânica do passado e do presente

Mariana Cassino, especialista na relação entre Botânica e Arqueologia, trará uma abordagem do histórico do uso das plantas pelas antigas sociedades amazônicas e o reflexo desse legado no presente. "Eu vou falar sobre as ações que temos feito com relação às plantas no Laboratório de Arqueologia do Instituto Mamirauá para tentar entender essa história de longa duração entre as pessoas e as plantas, quais seriam as continuidades e descontinuidades dessa relação", afirma.  "Fazemos isso através de um diálogo muito estreito entre as abordagens botânicas e arqueológicas, que envolve a arqueologia como um todo, mas também a arqueobotânica, que é a análise dos vestígios de plantas, focando também o uso das plantas em comunidades tradicionais, as plantas enquanto um artefato cultural".

Encontro Internacional de Arqueologia Amazônia

Em sua IV edição, o Encontro Internacional de Arqueologia Amazônia (EIAA) é um espaço de divulgação e discussão sobre as últimas descobertas arqueológicas da região. Entre 01 e 07 de outubro, centenas de arqueólogos que desenvolvem pesquisas em países amazônicos como Peru, Equador, Brasil e Suriname, se reúnem para discutir temas como o povoamento da América do Sul e o desenvolvimento das sociedades amazônicas.

Texto: João Cunha

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