Instituto Mamirauá inicia pesquisa para conservação de primatas no sul do estado do Amazonas

Publicado em:  3 de maio de 2013

Desde 1914, quando o Marechal Cândido Rondon e o ex-presidente americano Theodore Roosevelt realizaram a expedição científica Roosevelt-Rondon, a primeira a explorar o "Rio da Dúvida" (atual Rio Roosevelt), pouco se estudou sobre uma das espécies cujas amostras foram coletadas na ocasião: o Mico Marcai. A partir de 2012, o biólogo Felipe Ennes Silva, do Grupo de Pesquisa em Ecologia de Vertebrados Terrestres do Instituto Mamirauá, vem realizando expedições à região de ocorrência dessa espécie. 

 
Segundo Felipe, o objetivo da pesquisa é determinar a diversidade de primatas na bacia do rio Aripuanã, que fica entre o sul do estado do Amazonas e o Mato Grosso, e de identificar as principais ameaças e desafios potenciais para a conservação das espécies na região. "A distribuição desta espécie é conhecida apenas pela localidade onde a Expedição Rondon-Roosevelt coletou três indivíduos", afirmou Felipe. Em janeiro de 2013, um indivíduo de Mico Marcai foi coletado pelo pesquisador, e aspectos da taxonomia da espécie vem sendo estudada no laboratório do Instituto Mamirauá. 
 
Em 1993, a espécie foi descrita pelo pesquisador brasileiro Ronaldo Alperin, com base nas amostras que Roosevelt e Rondon haviam coletado e estavam, desde então, no Museu Nacional do Rio de Janeiro.  "Em campo, a primeira coisa a se fazer foi verificar a presença do Mico Marcai na região de confluência dos rios Roosevelt e Aripuanã. A partir daí, estamos realizando os levantamentos em trilhas para que se tenha uma ideia do limite de abrangência da espécie na área", concluiu Felipe. 
 
Para o pesquisador, as principais ameaças à conservação das espécies identificadas foram à perda de habitat, devido à extração de madeira, a expansão da pecuária, a caça e captura de primatas para alimentação, ou para uso como animais de estimação. A implementação de novas usinas hidroelétricas nas bacias dos rios Aripuanã e Roosevelt representam, também, ameaças potenciais para biodiversidade desta região. 
 
O projeto que estuda o Mico Marcai foi apresentado pelo biólogo Felipe Ennes, responsável pela pesquisa, durante a Student Conference on Conservation Science, na Inglaterra, de 19 a 21 de março.  Ao final do evento, Felipe permaneceu no país para um estágio que terminou dia 22 de abril.
 
(Texto: Eunice Venturi).
 

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