Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá

O Instituto Mamirauá participou da Oficina de Escrita de Casos em Manejo Florestal na Amazônia, realizada pelo projeto Florestabilidade, da Fundação Roberto Marinho. Na oficina, que ocorreu em setembro no Rio de Janeiro, foi apresentada  a metodologia de estudos de caso. Essa metodologia permite ao educando simular em sala de aula situações comuns ao cotidiano do manejo florestal, construindo sua análise e formulando suas hipóteses.

A partir da compreensão do método,  foi construído pelos presentes um acervo com casos emblemáticos. "Nesta oficina, construímos casos que serão utilizados como parte do material didático, como  exemplos de decisões que são tomadas durante atividades de manejo florestal. Casos que lidam com questões fundiárias, com questões técnicas, com  conflitos sociais ou com comercialização, por exemplo", conta Elenice Assis, coordenadora do Programa de Manejo Florestal Comunitário do Instituto Mamirauá. O objetivo é que este material subsidie o professor na aplicação de uma metodologia que possibilita, a partir de um texto básico, a geração de discussões sobre os dilemas e situações vivenciados nos casos, provocando a reflexão coletiva entre os alunos.

"Desde 2012, quando as atividades do projeto Florestabilidade começaram, nós fomos convidados para participarmos como uma das iniciativas de manejo florestal comunitário da Amazônia, como exemplo de manejo florestal em área de várzea e em Unidade de Conservação de uso sustentável", diz Elenice.   O projeto também tem funcionado como um fórum que reúne os principais atores que trabalham com o manejo comunitário na região. "Acho importante a participação do Instituto Mamirauá nestas discussões gerais sobre a Manejo Florestal Comunitário na Amazônia, já que atuamos promovendo ações de manejo que acontecem há mais de  15 anos, continuamente. Somos uma referência sobre manejo florestal no estado do Amazonas", completa a coordenadora.

Conheça o caso construído

Dentro da temática de Controle de Produção Florestal, o caso construído a partir da experiência do manejo florestal comunitário na várzea de Mamirauá tratou de uma questão de tomada de decisão. "Nosso caso dizia respeito a uma questão técnica sobre a medição da madeira para venda: seria necessário mudar a forma de medição da madeira em algum momento, porque o método Francon trazia um prejuízo para o manejador", mostra Elenice. Foi negociado com os compradores a utilização de outro método, já utilizado em diferentes locais: o método geométrico, também chamado de Medição Real da Madeira. Esse método mede a árvore como um todo, e não somente o seu miolo, como o Francon. Apresentar este caso pretende gerar a discussão sobre a decisão  tomada, avaliando seus efeitos positivos e negativos na comercialização da madeira com os compradores tradicionais da região, além de pensar qual foi o seu impacto. 

Por Vanessa Eyng