Estudo mediu 600 filhotes de jacaré-açu da Reserva Mamirauá

Publicado em:  2 de julho de 2013

Entre setembro e dezembro de 2011 e 2012, 11 medidas biométricas de filhotes de jacaré-açu foram coletadas por pesquisadores do Instituto Mamirauá. A análise dos indiví­duos recém-eclodidos com tamanho médio de 31 cm de comprimento total permitiu concluir que existe uma relação entre as medidas biométricas dos crânios e o comprimento total dos filhotes recém-eclodidos. Segundo os biólogos Robinson Botero-Arias e Fernanda Silva, a pesquisa identificou que o tamanho total dos jacarezinhos é igual a sete vezes a medida de seu crânio.
 
"Este estudo apresenta informações básicas da biologia e ecologia da espécie, parte fundamental no entendimento da dinâmica populacional do jacaré-açu na Amazônia brasileira", justificou Fernanda. Os animais foram coletados em 25 ninhos de jacaré-açu no período reprodutivo, em dez corpos de água de três setores da Reserva Mamirauá. A pesquisa é desenvolvida pelo projeto Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos, do Instituto Mamirauá, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Ambiental.
 
Crânios analisados 
Fernanda também é uma das autoras da pesquisa que analisou e descreveu alguns aspectos osteológicos dos crânios de jacaré-açu, depositados no acervo do Instituto Mamirauá, quanto ao tamanho e ao sexo. Foram mensurados 95 crânios da espécie, dos quais foram registradas 12 medidas biométricas e avaliado o grau de funcionamento de 14 articulações fibrosas craniais. 
 
 "Entre os ossos do crânio existem articulações fibrosas que podem fornecer uma idade relativa do animal. Através das características fí­sicas estruturais apresentadas nos ossos nasais, frontal e pré-frontal dos crânios analisados foi possí­vel identificar o sexo dos indiví­duos da espécie", afirmou a pesquisadora que estuda a espécie desde 2010, quando passou a integrar os quadros da instituição como bolsista de iniciação cientí­fica. Atualmente, Fernanda é bolsista graduada do Instituto Mamirauá. 
 
A bióloga concluiu que há uma diferença morfológica relacionada ao sexo na parte dorsal do crânio, baseada em 59 amostras (46 machos e 13 fêmeas). Nos machos, as cavidades nasais tem formato pontiagudo na junção com o osso frontal; nas fêmeas as cavidades nasais tem formato oval, com um acúmulo calcificado encaixado com o osso frontal. 
 
Estas duas pesquisas serão apresentadas durante o 10º Simpósio sobre Conservação e Manejo Participativo na Amazônia do Instituto Mamirauá, a ser realizado em Tefé (AM), de 3 a 5 de julho de 2013. O evento será transmitido ao vivo, pela internet. A transmissão começa no dia 3, a partir das 8h (horário de Tefé, 9h no horário de Brasí­lia). O link para assistir é: http://webconf2.rnp.br/idsm/
 

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