Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá

03/05/2011 - Moradores do Setor Jarauá, da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, aprovaram por unanimidade o desenvolvimento de pesquisas científicas e de atividades de educação ambiental do projeto Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos (Aquavert) no setor. A aprovação dos comunitários foi referendada no último sábado (30), em reunião da Associação dos Produtores do Setor Jarauá (ASPJ).
 
Durante a reunião, a bióloga Cássia Santos Camillo, responsável pelas pesquisas sobre quelônios do Aquavert, apresentou o objetivo geral do projeto: propor e consolidar estratégias de conservação para mamíferos e répteis que habitam as várzeas e igapós das reservas Mamirauá e Amanã e discutiu especificamente sobre as atividades previstas dentro do componente de quelônios. Os 34 associados presentes reiteraram o "sim" às propostas apresentadas, com o gesto simbólico de erguer os braços.

Foram apresentadas propostas de pesquisas sobre ecologia reprodutiva de iaçás, tracajás e tartarugas e monitoramentos populacionais destas espécies, além de atividades de educação ambiental e conservação comunitária de quelônios que serão realizadas no setor Jarauá. "Os sócios da ASPJ retomaram no ano passado a vigilância de uma praia para proteção de quelônios e seus ninhos. Eles foram os primeiros a realizar esse tipo de atividade na Reserva Mamirauá, em 1996, mas haviam parado há dois anos. Ano passado, eles protegeram mais de 2000 filhotes, entre iaçás, tracajás e tartarugas", ressalta a bióloga.
 
Dois moradores serão contratados para auxiliar nas pesquisas de campo. O início das atividades está previsto para o mês de agosto, época da seca nesta região, quando emergem as praias onde as fêmeas de tracajás, iaçás e tartarugas-da-amazônia depositam seus ovos. "A comunidade fica feliz com o projeto. É um incentivo, uma parceria a mais para que a gente possa preservar os quelônios", disse o presidente da ASPJ, Alcimar Silva.
O projeto Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos é desenvolvido por pesquisadores do Instituto Mamirauá, com o patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental.

por Augusto Rodrigues