Com pesquisa do Instituto Mamirauá, turismo de observação de onças é estimulado na Amazônia

Publicado em:  8 de setembro de 2015

©Emiliano Esterci Ramalho

Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Mamirauá comprovou cientificamente que, nas florestas inundáveis da Amazônia, durante o período da cheia, as onças-pintadas permanecem em cima das árvores cerca de três meses por ano. A comprovação ocorreu em 2013 e, no ano passado, um projeto piloto de turismo de observação de onças foi realizado pelo Instituto Mamirauá, na reserva de mesmo nome. Não há registros de que esse tipo de comportamento ocorra em outras partes do mundo.

Em 2015, entre maio e junho, turistas de várias partes do mundo visitaram a Pousada Uacari para observar as onças nas árvores. Foram três pacotes com 11 avistamentos de quatro onças diferentes, totalizando nove dias de observação. "Vimos onças todos os dias de todos os pacotes e em três ocasiões vimos duas onças no mesmo dia", relatou o pesquisador Emiliano Ramalho, líder do Grupo de Pesquisa Ecologia e Conservação de Felinos na Amazônia do Instituto Mamirauá. O recurso das expedições está sendo utilizado para gerar benefí­cios econômicos para as comunidades locais. Além disso, apoia a continuidade do projeto de pesquisa com onças-pintadas, visando reduzir o conflito entre os felinos e as comunidades locais.

Para acompanhar as onças-pintadas é necessário instalar colares VHS/GPS e capturar os animais. Em campanhas que duraram entre 30 e 90 dias, armadilhas de laço são utilizadas, espalhadas em trilhas identificadas como locais de passagem desses animais. Durante as campanhas, a equipe percorre diariamente as trilhas para verificar as armadilhas e se alguma onça-pintada havia sido capturada. Ao mesmo tempo, a equipe avaliava os vestígios da presença de onças-pintadas na área, para aproximar as armadilhas dos locais onde as onças estavam andando durante a campanha.

Os animais são sedados e os pesquisadores recolheram amostras biológicas para análises. Depois recebem o colar VHF/GPS para que seus passos possam ser monitorados e soltos na floresta após a coleta desses dados. As informações coletadas pela equipe do Instituto Mamirauá servirão também para nortear estratégias de conservação da espécie e reduzir o conflito com populações humanas da região.

 

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