MUTUM-DE-FAVA
MÃE-DA-LUA
GARÇA-BRANCA-GRANDE
GAIVOTA
GAVIÃO-PAREMA
SOCÓ-BOI
CIGANA
PIRIQUITO-ESTRELINHA
PIPIRA-DE-MÁSCARA
BICO-DE-BRASA
ARARACANGA
PATINHA-DO-IGAPÓ
O Mutum-de-fava, também conhecido como mutum-açu, mutum-de-assovio e localmente como mutum-piuri, pode medir de 82 a 89 cm, pesando até 2,5 kg. O macho tem um ornamento vermelho esférico acima e abaixo do bico que lhe garante um charme todo natural, ele é preto e possui o ventre branco. Já a fêmea tem uma cara avermelhada e seu ventre possui a coloração ferrugem. O mutum é uma espécie caracteristicamente ligada às florestas de várzea, sendo quase totalmente arbórea. Ele possui um assovio que dura de quatro a seis segundos. São encontrados da Colômbia e norte do Brasil até a Bolívia, sendo a Reserva Mamirauá a maior área de proteção desta espécie. Infelizmente, por causa da invasão em seu território e por causa de sua caça para alimentação, esta é uma ave ameaçada de extinção e por isso está inserida no Plano de Ação Nacional para a Conservação das Aves da Amazônia.
FOTO: Bianca Bernardon
NOME CIENTÍFICOCrax globulosa
NOME POPULARMutum-de-fava
Também conhecida como urutau e localmente como urutaua, seu nome em tupi significa "ave fantasma". O Macho mede cerca de 37 centímetros de comprimento, e de uma asa a outra pode ter até 80 centímetros, pesando entre 160 e 200 gramas. Pode ser acinzentada ou em tons de marrom com tons de preto e branco, costuma cantar a noite. Possui o chamado "olho mágico", duas fendas na pálpebra superior, as quais lhe permite que fique imóvel por longos períodos, observando os arredores, mesmo de olhos fechados, assim permanece disfarçada, sendo facilmente confundida com um galho.
Na Amazônia, há uma crendice indígena de que as penas da cauda do urutau protegeriam a castidade das moças virgens, por isso, as mães costumam varrer o chão debaixo das redes da moça, com uma vassoura confeccionada com as penas da mãe-da-lua.
FOTO: Fernanda Paim
NOME CIENTÍFICONyctibius griseus
NOME POPULARMãe-da-lua
Essa ave, mede cerca de 90 centímetros e possui seu corpo completamente branco. Suas longas pernas e seu longo pescoço são sua forte característica. Sua dieta é baseada em peixes, mas costuma comer outra infinidade de coisas, como pequenos roedores, anfíbios, répteis, insetos e até mesmo lixo. Constroem seus ninhos de gravetos em ninhais que acolhem milhares de indivíduos, inclusive de outras espécies. É uma espécie que vive em grupos de vários indivíduos à beira de rios e lagos, e costuma realizar pequenas migrações locais em períodos de enchentes anuais. Durante a época de reprodução, os indivíduos de ambos os sexos apresentam as chamadas egretas, longas penas no dorso que por muito tempo foram caçadas e utilizadas como adorno de chapéus e roupas na Europa, o que na época, levou milhares de garças à morte.
FOTO: Pedro Nassar
NOME CIENTÍFICOArdea alba
NOME POPULARGarça-branca-grande
Também conhecida como trinta-réis-grande, a gaivota possui plumagem cinzenta e asas com típico desenho alvinegro, pele da face e garganta avermelhadas e bico amarelo-limão, chegando a medir até 43 cm de comprimento. As gaivotas sobrevoam rios e lagos a procura de peixes, mergulham no ar em direção à água e param logo na superfície, voando em seguida com o peixe no bico. Elas se reproduzem em colônias, com frequência em meio a outras espécies, pondo seus ovos no período das secas, quando as águas estão baixando, nas areias das praias do Solimões/Amazonas e seus afluentes. Se seus ovos forem retirados logo que iniciam a postura os casais abandonam o local e escolhem outro que seja mais seguro. Por isso é muito importante a existência das praias protegidas pelas comunidades ribeirinhas. Normalmente vive solitária ou aos pares, porém pode se juntar em bandos para descansar ou pernoitar.
FOTO: Edu Coelho
NOME CIENTÍFICOPhaetusa simplex
NOME POPULARGaivota
O gavião-panema, também conhecido como gavião-belo, gavião-padre, e gavião-balaio, mede cerca de 51 cm de comprimento e alimenta-se de insetos, caramujos e principalmente peixes. Ele segura suas presas com os pés, graças aos dedos serrilhados e às unhas compridas e curvas. Faz seu ninho de gravetos em formato de plataforma, acerca de 12 e 15 metros de altura do chão. Põe 1 ovo branco-acinzentado com manchas marrons. É localmente comum em beiras de lagos e campos inundados.
FOTO: Marcelo Santana
NOME CIENTÍFICOBusarellus nigricollis
NOME POPULARGavião-panema
Esta curiosa ave pode atingir até 93 centímetros de altura. Aqui na região, o jovem que possui coloração mais tigrada, é chamado de socó-onça e muitos acreditam se tratar de uma espécie diferente do socó-boi. Aos 2 anos de idade adquire a sua plumagem adulta. Possui um bico bastante longo, alimentando-se de quase tudo que encontra: crustáceos, répteis, anfíbios, peixes e insetos. Captura suas presas andando vagarosamente, em águas rasas ou pântanos no interior da floresta. Não é a toa que possui esse nome, durante a época de reprodução o adulto emite uma forte voz que lembra o esturro de uma onça pintada ou o mugir de um boi, o que desperta a curiosidade de muitos moradores da região. Ele constrói seus ninhos no alto das árvores, e os seus ovos são levemente manchados. Os adultos costumam coletar o alimento de seus filhotes a uma grande distância do ninho. Sua procriação procede geralmente no início ou no fim da estação seca, quando o alimento para as aves aquáticas é normalmente mais farto.
FOTO: Marcelo Santana
NOME CIENTÍFICOTigrisoma lineatum
NOME POPULARSocó-boi
A cigana é uma ave linda e ao mesmo tempo desajeitada que se destaca no meio da floresta e nas proximidades dos rios. Ela mede cerca de 62 cm de comprimento e pode pesar por volta de 800 g. Alimenta-se de folhas novas, flores e frutos, como a embaúba, o aguapé e capim novo. Possui um forte sistema de papo, que tritura fortemente o alimento. Costuma formar colônias durante o período de reprodução, construindo seus ninhos entre 2 a 8 metros acima do nível da água, e colocando entre 2 a 5 ovos. O período de incubação de seus ovos dura cerca de 30 dias, e acredita-se que muitos membros do grupo participem de forma colaborativa na incubação dos ovos e no cuidado com os filhotes. Fora do período de reprodução vive aos pares em grupos de até 50 indivíduos. Infelizmente a espécie foi bastante caçada por sua carne e seus ovos, o que fez com que se tornasse uma espécie extinta ou muito escassa nas proximidades das grandes cidades amazônicas.
FOTO: Marcelo Santana
NOME CIENTÍFICOOpisthocomus hoazin
NOME POPULARCigana
Esse gracioso pássaro pode medir entre 16,5 a 17,5 centímetros de comprimento. No geral ele é verde e ventralmente amarelo. Facilmente distinguível pela cor amarelo-intenso na fronte e coroa, bico laranja-pardacento, asas totalmente verdes, e rabo pontiagudo. Nidifica em grupos pequenos e ruidosos, sobre árvores, em ocos naturais ou cupinzeiros. Muito comum em povoados e cidades ribeirinhas onde chega em grandes bandos para passar a noite. Habita florestas úmidas em matas inundáveis, bordas de floresta, clareiras e também aparece em áreas urbanas. Visita palmeiras na beira de rios. Aparentemente sedentário.¬
FOTO: Pedro Nassar
NOME CIENTÍFICOBrotogeris sanctithomae
NOME POPULARPiriquito-estrelinha
Seu nome vem do grego: rhamphos = bico; e koilos, këlis, kelas = côncavo, marcado; e do latim: nigro = negro, preto; gularis, gula = com a garganta, garganta. Ou seja: ave com bico côncavo e garganta preta. Medem cerca de 16 centímetros. O macho e fêmea são muito parecidos, apenas a cor escura da fêmea é um pouco mais lavada, mais próximo da cor grafite. Tem em média 2 ninhadas por estação com 3 ovos cada uma. Habitam capoeiras e matas ralas ao longo de rios e lagos. Vivem aos casais ou em grupos familiares e têm hábitos similares a outras espécies do gênero Ramphocelus. Estão presentes do alto Amazonas a oeste do Pará.
FOTO: Pedro Nassar
NOME CIENTÍFICORamphocelus nigrogularis
NOME POPULARPipira-de-máscara
Mede cerca de 27,5 cm de comprimento, possuindo o porte de um sabiá grande. Uniformemente cinza-escuro, com rêmiges (parte final da asa) e retrizes (caudas) negras e bico encarnado ou vermelho tijolo. Alimenta-se de insetos e pequenos artrópodes, além de alguns pequenos vertebrados. Pousa em ramos horizontais por alguns instantes, logo voando até a folhagem ou o chão, ocasionalmente capturando insetos em pleno voo. Segue grupos de macacos nas copas e formigas de correição para alimentar-se dos insetos espantados por estes. Faz ninho em buracos compridos, escavados em barrancos ou no chão. Põe 3 ovos brancos e brilhantes. É comum nas bordas de florestas altas de terra firme e de várzea, capoeiras altas e palmeirais. Vive solitário, aos pares ou, mais comumente, em pequenos grupos, desde o sub-bosque até a copa. É mais ativo que os demais membros da família, trocando de poleiro com frequência. Ao final da tarde, alguns indivíduos pousam lado a lado para cantar juntos, fazendo bastante barulho. Cantam em grupos ao anoitecer ou aos casais em dueto.
FOTO: Pedro Nassar
NOME CIENTÍFICOMonasa nigrifrons
NOME POPULARBico-de-brasa
Essa ave é emblemática da Amazônia, ela mede cerca de 89 cm de comprimento. Possui uma coloração vermelha escarlate, asas tricolores (vermelho, amarelo na parte média e azul intenso nos extremos), rabadilha e base do rabo azul. Com face nua, creme e sem penas. Alimenta-se de frutos grandes. As Araracangas nidificam durante o período seco, entre dezembro e março em ocos de árvores entre 10 e 25 m de altura com madeira relativamente macia ou em áreas escarpadas. Ela ocorre em toda a Amazônia brasileira, e ainda do sul do México até o Panamá, norte da Colômbia e leste da Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, até o leste da Bolívia.
FOTO: Marcelo Santana
NOME CIENTÍFICOAra macao
NOME POPULARAraracanga
A patinha-do-igapó mede cerca de 28 cm de comprimento. Tem como característica marcante uma grande listra superciliar branca que destaca-se contra o negro da cabeça e parte dorsal do pescoço, longo e fino. Garganta e restante do pescoço brancos, com uma listra negra lateral. As costas são pardas, com o ventre cinza amarelado. No macho e aves juvenis, o bico é amarelado com o bordo superior negro, nas fêmeas é avermelhado. Pernas e patas amarelas, com anéis negros. Nadam e mergulham muito bem. Quando sentem alguma ameaça, mergulham imediatamente. Apesar de não serem frequentemente vistas em voo, possuem asas longas e fortes capazes de proporcionarem deslocamentos extensos.