Instituto Mamirauá e Bioparque da Amazônia assinam acordo de cooperação técnica para reabilitação de peixes-boi

Publicado em:  9 de abril de 2021

O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e a Fundação Bioparque da Amazônia Arinaldo Gomes Barreto assinaram nesta sexta-feira, 9, um Acordo de Cooperação Técnico-científica para o manejo adequado de peixes-boi resgatados na região amazônica e destinados à soltura. O acordo oficializa uma parceria que já existe entre as duas instituições desde 2016, e visa garantir que os animais resgatados receberão os cuidados adequados até que possam ser reintroduzidos na natureza.

Por meio do seu Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos (GPMAA) e da Rede de Pesquisa e Conservação de Sirênios no Estuário Amazônico (SEA), o Instituto Mamirauá presta o primeiro atendimento e orienta o Bioparque em relação ao manejo e à dieta de cada animal. As ações se concentram no resgate, estabilização de filhotes e na busca constante de melhores condições de reabilitação, visando o retorno desses indivíduos ao ambiente natural.

De forma singular, o Amapá abriga ambientes favoráveis à ocorrência do peixe-boi marinho e do peixe-boi amazônico, ambas espécies ameaçadas de extinção, por isso o acordo representa um grande passo em prol da conservação da espécie.

A pesquisadora Miriam Marmontel, líder do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto Mamirauá, fez questão de lembrar que todos os mamíferos aquáticos estão ameaçados e algum nível, mas em especial as espécies amazônicas, pela proximidade que têm com as populações locais e consequente interação com atividades humanas, principalmente a pesca. "Essa iniciativa vai permitir mitigar as consequências e também encaminhar soluções para o problema", salientou a pesquisadora.

Durante sua fala, a pesquisadora do GPMAA, Danielle Lima, lembrou que a conservação da biodiversidade só é possível a partir de ações colaborativas entre instituições e atores sociais, e destacou a importância do papel que o Ibama, o Batalhão da Polícia Ambiental e o Ministério Público do Amapá vem desempenhando ao longo dos anos de atuação do Instituto Mamirauá no estado, não poupando esforços para garantir estratégias para o melhor atendimento aos animais resgatados.

O diretor da Fundação Bioparque da Amazônia, Marcelo Oliveira, e o prefeito de Macapá, Antônio Furlan, que também esteve presente no evento e assinou o acordo como testemunha, frisaram que o Bioparque é visto atualmente pela sociedade como um lugar de visitação, mas que a parceria representa um passo inicial para se avançar num projeto maior, de criação de um centro de reabilitação de mamíferos aquáticos na unidade do Bioparque. "Não tenho dúvidas de que assinar esse acordo é apenas o primeiro passo de muita coisa boa que pode vir por aí", frisou o prefeito.

A exemplo de outros parques que já são conhecidos pela pesquisa em outros estados, a Prefeitura de Macapá busca parceiros para transformar o Bioparque num grande centro de referência da biodiversidade, da ciência e da tecnologia.

O diretor técnico-científico do Instituto Mamirauá, Emiliano Ramalho, lembrou que a pesquisa básica é um dos pilares para o alcance da missão do Instituto, e que um exemplo disso é o trabalho do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos. "Foi a dedicação, por anos, desse grupo de pesquisadores que permitiu a celebração dessa bonita aliança com o Bioparque. Além de salvar indivíduos de uma espécie ameaçada, também colabora com o trabalho fundamental do Bioparque no elo entre o conhecimento científico, a conservação e a sociedade".

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